segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.


Dia da Consciência NegraHistória do Dia da Consciência Negra, cultura afro-brasileira, importância da data, quem foi Zumbi dos Palmares, 20 de novembro
dia da consciência negra
Zumbi dos Palmares: um herói brasileiro


História do Dia Nacional da Consciência Negra
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
Importância da Data
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
Você sabia?
- 27 de outubro é o Dia Nacional de Mobilização em Prol da Saúde da População Negra.

 

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ZUMBI DOS PALMARES .


Zumbi dos PalmaresVida do líder negro Zumbi dos Palmares, os quilombos, resistência negra no Brasil Colonial, escravidão, cultura africana
Zumbi dos Palmares Zumbi dos Palmares: um símbolo de resistência e luta contra a escravidão


Quem foi Zumbi e realizações
Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.

No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.

Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.

bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.

Importância de Zumbi para a História do Brasil 
Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.


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domingo, 4 de novembro de 2012

Deficiência Auditiva.


Crianças com deficiências auditivas
As crianças com deficiências auditivas apresentam alguns dos problemas mais difíceis e desafiantes para a educação especial.
A perda ou inexistência de um dos sentidos altera, sem dúvida alguma, o comportamento e o modo de vida de um indivíduo. A audição é um exemplo de como, a incapacidade parcial ou total para ouvir sons, altera de um modo significativo a maneira de viver, de quem infelizmente partilha desta lesão do sistema auditivo.


Quem são afinal estas crianças?
Uma criança surda é aquela cuja audição é tão reduzida, que não consegue ouvir, sem ou com a utilização de um aparelho auditivo, a fala através do ouvido.
Contúdo, temos de distinguir e fazer referência, aquelas crianças cuja audição é reduzida, isto é, cuja audição é tão deficiente que dificulta, mas não impede a compreensão da fala sem ou com a utilização de um aparelho auditivo, através do ouvido.

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As características de uma criança com perda auditiva leve serão, em muitos aspectos, mais semelhantes às de uma criança com audição do que às de uma criança surda, cuja condição causará uma série de outros problemas sérios, ligados à sua incapacidade de receber ou expressar mensagens e pensamentos através do som.
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O problema fundamental de comunicação das crianças surdas consiste em duas partes significativas: as limitações de um modo de comunicação com outras pessoas e as limitações progressivas no desenvolvimento normal da linguagem. Cada uma dessas limitações afecta gravemente os processos de desenvolvimento da criança, bem como as áreas de realização académica, ajustamento social e pessoal e ajustamento ocupacional.


Porque é tão importante a audição?
É muito importante, porque dela depende:
a segurança do indivíduo: desde muito cedo as funções auditivas são um sistema de aviso que nos  informam do bem estar e da estabilidade do nosso envolvimento.
desenvolvimento da linguagem: ouvindo falar aprendemos a falar.
a integração social: falando, comunicando, identificamo-nos como indivíduos pertencentes a um grupo social.

Numa criança, a surdez vai provocar dificuldades na aprendizagem e na linguagem oral, pois surgirão dificuldade em discriminar certos sons, ter vocabulário limitado e alguns problemas de fala.
Algumas destas crianças terão mesmo, graves problemas na linguagem oral, podendo não a desenvolver e até necessitar de usar a linguagem gestual, pois as dificuldades na compreensão e uso da linguagem oral está tremendamente defeituosa devido à falta de audição. Quanto ao desenvolvimento motor, pode verificar-se um ligeiro atraso a nível motor devido à falta de experiência, ou então a criança mexer-se muito, ter problemas de equilibrio ou parecer ter uma descoordenação de movimentos. Além disso, pode não adquirir espontaneamente conceitos abstractos básicos de espaço e tempo.

Podemos considerar três tipos de surdez:

surdez de transmissão ou condução: é quando existe uma lesão a nível do ouvido externo ou médio, que impede a transmissão das ondas sonoras. Aqui há uma situação de audição reduzida, mas não de surdez. Para haver surdez é necessário que o próprio nervo auditivo esteja danificado.
surdez de recepção ou neurossensorial: é quando existem lesões do ouvido interno ou do nervo auditivo que transmite o impulso ao cérebro. A transmissão das vibrações sonoras é feita normalmente mas a sua transformação em percepção auditiva está perturbada. Existe assim, uma dificuldade na identificação e integração da mensagem.
surdez mista: é quando existe, ao mesmo tempo, uma lesão do aparelho de transmissão e de recepção.

SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA.


Conversa com a psicanalista Ana Olmos, terapeuta de crianças e orientadora familiar
As crianças que apresentam problemas de relacionamento e de conduta na escola provavelmente levaram para a interação com os colegas dificuldades que nasceram na convivência familiar. O desenvolvimento da sociabilidade está intimamente relacionado ao modelo de relação que a criança percebe em casa: como vê os pais mediando os conflitos entre eles, com ela e com o mundo externo.
O aparato psíquico segue fases de desenvolvimento dinâmico, construindo o aprendizado afetivo e cognitivo a partir dos conhecimentos anteriores. Por isso, apesar de a criança nem perceber a existência do outro e a possibilidade de interagir com ele até por volta dos dois anos de idade, tudo o que ela vivencia desde o nascimento terá impacto na sociabilidade.
Durante a infância, é importante que os adultos estejam sempre presentes fazendo a mediação dos conflitos para a criança. Os problemas de conduta que começam a aparecer na escola podem revelar dificuldades no processo de socialização ou situações que a criança está enfrentando em outro ambiente. A família é o primeiro espaço formador, mas, se a escola for omissa na mediação, a situação tende a se agravar.
Quando as crianças têm dois anos de idade, elas mordem umas às outras. É preciso ter sempre um adulto por perto para ensinar que não pode morder. A criança precisa ser protegida dos seus próprios desejos destrutivos, pois quando a conduta se repete sem a mediação do adulto, a chance de ser internalizada é maior. Talvez a criança que morde muito os colegas precise brincar sozinha até ter ideia da consequência e compreender que será afastada do grupo para não morder.
Segundo a psicanalista Ana Olmos, terapeuta de crianças e orientadora familiar, crianças com os “egos inflados acham que podem tudo”, e quando há inércia da escola na mediação de conflitos, quando elas percebem que não há consequência para quem pratica a violência contra os colegas, elas acham que as normas existem para serem burladas. “Tudo começa em casa. Quando tudo gira em torno do desejo da criança, quando o desejo dela é uma ordem e ela leva isso para a escola, a criança não socializa com ninguém”, afirmou.
Para a psicanalista, é função dos pais conduzir a criança do princípio do desejo para o princípio da realidade. Quando não fazem isso, estão colocando o filho em uma situação de risco. “Se a criança não aprende com a experiência, ela repete a conduta.”
A psicanalista lembra que a criança responde de acordo com a estrutura familiar. A sociabilidade segue os modelos e possibilidades oferecidos pelos pais, com as crenças, os valores e as práticas deles. Primeiro, por imitação, depois, por assimilação.
Se a criança vive capturada no princípio do prazer, não entra em fila, não aprende a esperar a comida, não joga o papel no lixo, é retirada de todos os apuros, não é treinada pelos desafios do dia a dia, de acordo com a idade, ela não desenvolve os recursos necessários para uma socialização saudável. “A criança largada ao próprio desejo tem sensação de abandono. Quando o adulto coloca o princípio da realidade, para a criança, é um alívio.”
Bate-boca
Eu contei uma situação que enfrentei um dia desses e a psicanalista disse que o exemplo era perfeito: crianças brincavam de molhar as cadeiras em volta da piscina e eu me aproximei de duas menininhas, de quatro ou cinco anos, e perguntei se podia pegar a cadeira. Elas concordaram, mas assim que comecei a puxar a mãe reagiu: “Elas estão brincando!”, disse, enfática. Eu retruquei: “Mas cadeira não é para brincar é para sentar.” A mãe insistiu: “Mas aquelas crianças também estão fazendo”. Eu também insisti: “Também estão erradas, onde estão os pais que não estão vendo?” A mãe me ofereceu outra cadeira que estava ao lado dela para não interromper a brincadeira das crianças. Eu aceitei, mas disse: “Está bem, eu pego esta, azar o seu que perdeu a oportunidade de educar a sua filha.”
Segundo Ana Olmos, a mãe deixou a criança presa no princípio do desejo, de se divertir, e se negou a introduzi-la no princípio da realidade, de que as cadeiras estão ali para as pessoas sentarem, não são brinquedos. Para ela, muitos pais têm dificuldade de se contrapor à criança, de frustrá-la, por culpa de deixá-la por muito tempo para trabalhar. Acreditam que o pouco tempo com a criança deve ser reservado para situações de prazer.