JOBEL - o TUBE
HOMÔNIMO, O CAUSO
João Alberto, um dos mais antigos e famosos radialistas da cidade também conhecido pelo apelido de Araponga, no início da década de 1990, por volta de 93/94, era o que poderíamos chamar de “o faz tudo” dentro da antiga Rádio Antoninense, hoje Rádio Serra do Mar. Muitas vezes abria as portas da Rádio que naquela época localizava-se no Morro da Cruz, era ao mesmo tempo, operador dos equipamentos de estúdio, locutor, telefonista, faxineiro e o que mais precisasse. Pelo que eu me lembro ele apresentava um programa pela manhã, acho que, das nove, dez horas ao meio-dia e retornava depois do almoço para apresentar o outro programa que começava às 13h. Vivíamos neste dia uma típica quarta-feira de cinzas. Um dia preguiçoso, sonolento e que se arrastava orquestrado sob a batuta da ressaca causada pelos excessos de euforia vividas durante o recém findado Carnaval. E foi assim nesse clima de mente ainda meio embotada que o Araponga anunciava no seu programa da manhã, que tinha uma notícia para dar, mas que gostaria de receber a confirmação antes de colocar a notícia no ar. Para isso tentava entrar em contato com quem de direito era responsável em confirmar ou desmentir a notícia ainda não revelada. O clima de expectativa se adensava, e após muita espera quando o relógio já marcava quase meio-dia, no último minuto o Araponga com a voz embargada não poderia protelar por mais tempo a notícia que não queria se calar, e nitidamente emocionado anuncia que durante a madrugada daquela quarta-feira de cinzas falecia uma das figuras mais folclóricas da cidade. Morrera o Tube.
A notícia se espalha rapidamente e a cidade se consterna. A comoção atinge a todos afinal de contas o Tube era um sujeito querido pela população.
Tube, antoninense da gema de origem humilde e modesta tinha como profissão ser pintor de paredes. Porém, a sua alma transcendia a sua ocupação principal. Tinha alma de artista. Certamente dedicara-se à pintura de paredes por que a vida negou-lhe oportunidades, ou sei lá, pela indolência que lhe acometia ou pela eterna inconstância que impôs à sua vida alternando momentos de grande introspecção quando se aproximava das escrituras cristãs e abraçava os princípios religiosos de maneira quase fanática, intensa, grandiosa, quando então era visto andando de bicicleta pela cidade sempre de terno e gravata, limpo e asseado e invariavelmente levando consigo sua inseparável Bíblia de onde retirava trechos e as famosas “passagens” que insistia em citar de preferência à uma platéia, ávida ou não, de ouvi-lo. Aliás, esta era uma característica sua tanto nos períodos de sobriedade quanto nos de devassidão – talvez aqui eu cometa algum exagero na definição – o fato é que muitas vezes eu não resistia ao vê-lo rodeado de ouvintes de pensar - respeitando é claro as devidas, e devidas, e devidas proporções – que ali estava a nossa versão Carijó do filósofo grego Sócrates. Tube era um sujeito bem articulado, de fala fácil, de pensamento ágil e de boa memória apesar das grandes quantidades de álcool ingeridas nos momentos de baixa do seu ciclo de altos e baixos. Não sei se ele mesmo criava as citações ou se as tirava de outras fontes como a televisão ou o rádio, mas ele tinha frases feitas ótimas como: “nem vem de garfo por que a janta hoje é sopa”, ou então, “não adianta trazer escada magirus que o incêndio é no porão”. Além do que, o Tube era um veterano calouro cantor dos programas de rádio e das mais diversas programações musicais da cidade. E essa história toda parecia que chegava ao fim naquela quarta-feira.
Era o prefeito de Antonina nesta época o Sr. Pereirinha, que havia nomeado o seu irmão Isac, secretário da saúde e diretor do hospital local. E quando no retorno do seu programa das 13h a primeira preocupação do Araponga foi de dizer que havia um mal entendido na notícia dada a respeito da morte do Tube. Não demorou muito para que o próprio Secretário da Saúde se pronunciasse por telefone através das ondas da Rádio Antoninense e desse as devidas explicações que requeria o caso Tube. Quando então esclareceu-se a situação. Segundo o secretário, um cidadão antoninense de nome Jobel havia sido internado no Hospital Angelina Caron no município de Campina Grande do Sul região da grande Curitiba e com o qual o hospital de Antonina mantém um convênio de assistência médica e este cidadão de nome Jobel entrou em óbito naquela madrugada lá no Hospital Angelina Caron. E acontece que naquela mesma madrugada, naquele último dia de carnaval dava entrada no Hospital Sílvio Bittencurt, o hospital local de Antonina, o cidadão Jobel, mais conhecido como Tube, hospitalizado para tratar-se de uma grande bebedeira por conta daquela última noite de carnaval e que após uma aplicação de glicose na veia permaneceu para observação por algum tempo e que ainda ali permanecia e que naquele momento, aliás, dormia profundamente num dos leitos do hospital.
Por causa desta história nasceu a música Homônimo.
ESPERO QUE VCS GOSTEM!!!!!!BJS E ATÉ A PRÓXIMA.
HOMÔNIMO
(RUI GRACIANO)
HOMÔNIMO,
É SINÔNIMO DE CONFUSÃO
QUEM TEM O SEU
SABERÁ ME DAR RAZÃO
ÀS VEZES NEM PRECISA SER PERFEITO
E CRIAM QUESTÕES DE DIREITO
CONFLITANDO O SIM E O NÃO
POR ISSO
É QUE DEVERIA SER INSTITUÍDO
O APELIDO
NO NOME OFICIAL DE CADA UM
DESSA MANEIRA EVITARIA
O QUE ACONTECEU
DO ARAPONGA MATAR
QUEM AINDA NÃO MORREU
JOBEL DE SOUZA
É O NOME DO FALECIDO
E O TUBE FOI CONFUNDIDO
COM UM HOMÔNIMO SEU
NOSSA TERRA SEM GLÁDIO
SE ENTRISTECE COM A NOTÍCIA DO ARAPONGA
QUE MATA O TUBE SEM DELONGA
NO MICROFONE DA RÁDIO
MAS PRA SURPRESA E ALEGRIA DA CIDADE
A NOTÍCIA É DESMENTIDA POR UMA AUTORIDADE
QUE TESTEMUNHA QUE ELE APENAS PASSOU MAL
E FOI CURAR-SE DA RESSACA
COM GLICOSE NO HOSPITAL
SE NÃO FOSSE O APELIDO
O TUBE TINHA MORRIDO
SE NÃO FOSSE O APELIDO
O TUBE TINHA MORRIDO
ESPERO QUE VCS GOSTEM!!!!!!BJS E ATÉ A PRÓXIMA.
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